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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Filme: Batismo de Sangue


Comentários:
Há muito tempo atrás, conversando com uma sacerdotisa pagã, amiga minha, ouvi um comentário dela que dizia mais ou menos assim:
"Tudo é relativo, bem e mal são relativos, e a mídia, a imprensa, a história não ajudam muito... Estava assistindo dia desses ao 'Animal Planet' e vi uma Leoa caçando um veadinho, morri de dó do veado abatido, morri de ódio daquela Leoa malvada e cruel, matando um animal mais fraco, indefeso... Dias depois, no mesmo canal, estava vendo um outro programa, onde uma leoa, em um forte período de chuvas, tentava há dias, a todo custo, achar caça, achar comida para seus vários filhotes, até que acha um Veadinho e tenta (sem forças) caça-lo, não obtendo sucesso e voltando para junto dos seus filhotes (que já estavam a dias sem comer) um dos quais vem a morrer, exatamente na hora que a mãe Leoa chega na toca, o que faz com que ela fique lambendo ele, mexendo nele, talvez achando que ele acordaria... Coitadinha da Leoa!! Veadinho egoísta, mal e cruel, que não se deixou abater p/servir de comida para aqueles filhotes tão necessitados"
Desde então, sempre uso esse exemplo (e variações dele), quando discuto assuntos históricos ligados a valores (ou juízo de ...), a posições, conceitos preconceitos, mal, bem, parcialidade e imparcialidade...


Pois bem, esse filme, me lembrou dessa passagem, alias, se já não bastasse o filme, razoavelmente caricato (como quase todos feitos, hoje em dia, sobre o período da ditadura) o site oficial acabou por me obrigar a lembrar de tal passagem (vide foto acima e clique nela, p/poder ler melhor o texto), por que digo isso? Digo isso, porque tal filme mostra "jovens idealistas, que sonhavam mudar o mundo", contra "militares e policiais, que não tinham limites para agir", ou seja, de um lado vitimas e de outro algozes...

Maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas aí vem a lembrança do exemplo da minha amiga, afinal, será mesmo que os policiais e militares, eram realmente a encarnação do mal? Será mesmo que os "comunistas" eram a encarnação dos puros e bons moços idealistas, vitimados pela opressão dos malvados? Neste mesmo período, Cuba, a União Soviética, a Albania, China, Alemanha Oriental e bla bla bla, eram lideradas por jovens idealistas, puros e bons, só ligados em fazer o bem sem olhar a quem? Nesses países citados e em outros, onde foi estabelecida uma ditadura de "esquerda", as pessoas contra o regime, ou "não amigas dos que estavam no poder", tiveram suas vidas deixadas em paz, não sofreram perseguições e violencias? Os torturadores, realmente deixavam suas vidas fora do Dops, Doicodi e outros porões, ou eram pessoas doentes mentais mesmo? O Golpe dentro do Golpe, foi pior que o primeiro Golpe? As outras Ditaduras de "direita" latino americanas foram diferentes? Os tais Dominicanos, que abrigavam terroristas defensores do ateísmo, agiram certo, agiram errado, precisavam ser torturados? A tortura foi inventada pela Ditadura brasileira e/ou só foi usada por ela? Os terroristas abrigados pelos dominicanos, só faziam o bem, e, se só faziam o bem, significava dizer que podia agir ou responder com violência contra os policiais, militares e outras autoridades? Se podia existir tal resposta, qual seria o problema a tal pergunta? Alias, a pergunta sempre era uma pergunta ou, as vezes, quem sabe até, desde o início, era uma resposta?

Pois é... Eu não sei, e acho que nunca saberei, todas as respostas a essas perguntas, alias, eu duvido que alguém saiba e/ou consiga usar as respostas p/conseguir criar tal antagonismo, tal bem tão puro contra um mal tão puro e demarcado, em face disso, venho dizer que adorei o filme "Batismo de Sangue", maaaaaaaaaaas odeia a caricatura mal feita e parcial, de um período triste da nossa história...
Sonho com o dia em que existirá algum cineasta com aquilo roxo hehehehhe, com coragem, bom caráter, imparcialidade e liberdade de sentimentos, para contar um filme mais próximo da realidade dos fatos ocorridos naquele período, um sujeito que mostre a tortura, os abusos, os erros de um lado, e todas as coisas podres do outro, um sujeito que tenha a coragem de tacar o dedo na atual "ditadura intelectual dos perseguidos da época" e mostre o que realmente ocorreu, sem medo nem vergonha de mostrar um Brasil real, onde assassinato, roubo, extorssão, sequestros, torturas, abusos e tra la la eram feitos por seres humanos podres (DE AMBOS OS LADOS), sonho com o dia que surgirá um filme sobre a época, tal e qual foi feito, recentemente, com "Tropa de Elite", que não caiu na infantilidade, não achou que o espectador é, mais, tão idiota, tão burro, a ponto de achar que há um lado bem marcado que representa o bem e o outro que representa o mal, ao contrário, mostra que, mesmo representando o "bem", ninguém é santo, ninguém só pratica atos lindos e cheios de flores e/ou possui imunidade moral... Chega de Leoa malvada e cruel!!!! Chega de filminho "lavagem cerebral" (mesmo sendo bem feito e, muuuuuuuuuito melhor do que o tb idiotizado representante ao Oscar""O ano em que meus pais sairam de férias").

Assistam Batismo de Sangue, esse filme chega a ser quase imperdível, repito que adorei, até porque, envolve um ambiente Paulistano, nomes e lugares muito próximos à minha vida e à minha história, maaaaaaaaaaaaas após o filme, pensem, pesquisem e busquem conhecer a realidade dos fatos e da época, tanto no Brasil quanto no Mundo, pois embora seja um ótimo filme, não é um filme imparcial, muuuuuuuuuuuito pelo contrário!!!!!

Até a próxima (mesmo que distante)!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Filme: Era dos Mortos

É muito estranho comentar um filme, quando sei que o autor, diretor, roteirista e até os atores, deverão ler... Beeeeeeem estranho, maaaaaaaaaaaas promessa é dívida! Então vamos aos comentários dessa produção nacional, TOTALMENTE INDEPENDENTE!!




FICHA TÉCNICA
Título Original: ERA dos MORTOS
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 50 minutos
Ano de Lançamento (BRASIL): 2007
Site Oficial: http://www.eradosmortos.com.br
Estúdio: C.E. Filmes Independentes
Distribuição: Independente

SINOPSE: A idéia proposta pelo ERA dos MORTOS é seguir, dentro de uma epidemia de zumbis, a trajetória de um cara e das pessoas que ele encontra pelo caminho. Só que eles não formam um grupo de sobrevivência e se ajudam, na verdade acontece o contrário.

SOBRE O PROJETO: O Filme foi feito sem nenhuma ajuda financeira, completamente independente com mínimo possível de custos Todos os envolvidos trabalharam por amor a "arte marginal" e ao "gore". Foi planejado como um filme onde a história não fosse complexa e que deixasse espaço para criamos um ambiente, é um filme para passar uma sensação e não para explicar "porquês". A idéia foi fazer um filme com os recursos que tínhamos mas que fosse pouco comum, e onde as coisas não fossem obvias... 

EQUIPE DE PRODUÇÃO
Direção: Rodrigo Brandão
Roteiro: Rodrigo Brandão, Gabriel Almeida e Weiller Rodrigues
Edição: Rodrigo Brandão
Fotografia: Rodrigo Brandão
Efeitos e Maquiagens: Filipe Vidal
Músicas de: Harlem Pinheiro, Evandro Iwaszko, DxOxRx

ELENCO PRINCIPAL: Weiller Rodrigues, Gabriel Almeida, Isadora Faria, Saulo Castro, Gustavo Sá Fortes, Luana Queiroz, Rodrigo Brandão, 

ZUMBIS: Gabriel Barroso, Bruce Andrade, Fabiano Vital, Thiago Felipe de Sá, Bruno Firmo, Daniel Araújo, Caian Barreto, André Luíz de Oliveira, Messias Alvim, Daniel Brandão, João Carlos De Souza, Deanderson Fioravante Junior, Carlos Eduardo De Mello, Filipe Vidal, Siloé Claudino, Frederico Kingma, Matheus Muzzi, Thiago André De Queiroz, Fabrício Rodrigues, Arthur Almeida.


COMENTÁRIOS:

Eu poderia estar matanu, eu poderia estar robanu, eu poderia tá estrupanu, eu poderia até estar aqui buscando pontos p/elogiar o filme, a audácia do Rodrigo e equipe, p/criar um comentário "chapa branca" (a maioria talvez não entenda essa gíria), maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas não é meu estilo, não criei uma fama de ranzinza, elogiando sem critério, alias, por falar em estilo, eu assumo que até estou quebrando o meu estilo atual de só comentar filmes que me chamam a atenção, e o faço, agora sim por razões nacionalistas, porque sei das dificuldades que é fazer cinema aqui no Brasil, ainda mais cinema de terror, sem orçamento e sem apoio...

Portanto, a partir desse instante, tecerei críticas e farei algumas perguntas, cujas respostas, pelo menos para nimim, não ficaram claras...

Começo criticando a embalagem do dvd, caixa e capa muito bem feita e tal e coisa, mas o DVD em si, dá a impressão de eu ter comprado uma cópia (BLARGH!!!) PIRATA, em algum camelô... Até um decalque ou uma etiqueta daria uma melhor impressão, outra idéia/solução p/isso, seria nos futuros dvds mandados, estes serem autografados pelo Rod e pelos atores, isso daria uma melhor impressão àquele dvd virgem gravado...

Quanto ao filme em si, devo dizer que ele não tem o tempo de um filme nem a agilidade de um episódio de seriado, além disso o enredo (enredo???) não tem situações factíveis e a continuação e/ou elementos de ligação e/ou tensão, quando existem, foram muito mal trabalhados no roteiro...

Abaixo, alguns bons exemplos do que eu estou falando:

  •  O fato da dupla de "sobreviventes" precisarem ir p/uma tal escola e, lá chegando, após entrarem na "super escola salvadora", começarem a procurar uma saída sem mais nem menos (se queriam sair, pq entraram????)
  • A quase total falta de diálogos e/ou situações(no lugar dos diálogos) que explicassem as cenas e o pq das mesmas;
  • O ator principal, digo o personagem principal, um engenheiro eletricista (possivelmente), que tem a chave p/entrar em locais super protegidos (gradil, arame farpado...) e consertar antenas, além de ter livre acesso a prédios possivelmente residenciais, se vestir como um nerd adolescente esteriotipado, e não conseguir ter uma boa idéia para sobreviver, simplesmente começa a seguir um estranho armado com camisa de surfista, sem nenhuma pergunta (sim, eu sei que depois de alguma caminhada, eles se falam...);
  • O segundo ator principal, que é um "surfista" que tem, e "sabe usar" uma pistola, tem trejeitos de policial canastrão de seriado americano e possui poderes de wolverine (levou um tiro no joelho e dois minutos depois estava correndo leve e faceiro...);
  • O eletricista, ao encontrar um sujeito quase morto no meio da rua, pára p/ficar olhando a desgraça alheia e, ao ver que o sujeito ainda vive, ao invés de ajudar, sai correndo do nada (ele ainda não sabia da infestação nem de nada do gênero...), em uma cena a seguir, vira sociável e puxa papo com um velinho que estava sossegado andando a sua frente;
Além de tudo isso citado acima, eu realmente não curti o figurino e a escolha dos atores, praticamente todos jovens e com roupas de praia (camisetas, calças jeans e bermudas), a propósito, aquele boné do ator principal e todo o "jogo" com ele (tira e coloca), é irritante!!!!!! Além do que, o boné cobre o rosto do ator principal, em quase todas as cenas...


Por fim (na verdade, parando no meio, pois cansei), quero deixar consignado minha tristeza com o resultado final, primeiro porque eu esperava mais, e segundo, porque pelos 50 minutos que eu vi, EU TENHO CERTEZA, que o Rodrigo e toda a equipe de produção (tirando deste rol, apenas quem escolheu o elenco), tem muuuuuuuuuuuuito potencial e, em breve estarão nos trazendo coisas muito boas, pois várias cenas e tomadas, estão realmente muito bem feitas, várias jogadas, foram muito bem boladas e deram um ótimo resultado, pena que qdo vemos o todo, deixa muito a desejar...

Esse filme quebra aquela idéia de uma câmera na mão e uma idéia na cabeça, além disso, ficou provado que é necessário um bom roteiro, e atores que representem bem os personagens que se quer mostrar (não estou julgando a atuação dos atores, mas sim a escolha deles para os papeis...)

P/um primeiro filme, totalmente independente, totalmente na raça e feito a toque de caixa, valeu a pena ver e, para quem gosta de se aventurar em cinema independente, eu aconselho... Alias, digo mais, comprem o filme (principalmente se o Rod ou alguem do grupo dele, prometer aqui no blog que irá autografar os próximos hehehhe), pois vcs estarão apoiando uma equipe de futuro e, ao mesmo tempo, um dia, qdo eles tiverem muito sucesso, quem sabe mundial, vcs poderão bater no peito orgulhosos e pensar que, um dia, ajudaram o cinema nacional a melhorar, apoiando uma equipe de futuro...

Enquanto eles não fazem novos filmes e novas experiências (sempre estaremos de olho e prontos a divulgar novidades)...

Que venha "Capital dos Mortos" e "Mangue Negro"!
Um Adendo:  Acabo de receber o seguinte scrap (msg enviada ao orkut) do diretor, roteirista, editor, ator... do filme.


E, em face disso, vou comentar algumas coisas a respeito: (já já vou começar a cobrar p/criticar os outros hehehehe Pena que não moro nos EUA, onde partindo da mesma idéia proporcional (aqui no Brasil existem dois projetos e eu falo com os dois diretores), teria contato com mais diretores, editores e tra la la...Daria mais trabalho, mas seria tããão batuta!)

EDIÇÃO:
  • Bons momentos e boas sequencias, porém enjoei dos efeitos de "choque" e de "escuridão", uma ou duas vezes de cada um, já seria de bom tamanho e daria um efeito melhor...
  • As passagens "sugadas" mostrando exército, acidentes e outras coisas, jogaram o nível muuuuito p/cima, enquanto que ao voltar p/o "filme" o nível não se mantinha (esse tipo de "comparação" no meu ver, não foi saudável...) O mesmo ocorreu com a sequência quase final, com texto em off...

FOTOGRAFIA:
  • Bons momentos e boas sequencias, boas tomadas e boas escolhas de locação, maaaaaaaaaaas como quase todo o filme, não se salvaram da enorme gangorra de qualidade e sequência... Não dá p/falar que a fotografia foi boa ou ruim, alias, não dá p/generalizar nada no filme, nem o próprio filme, pois em quase todos os quesitos (MENOS NO ELENCO) existem pontos bons, muito bons e até ótimos, porém sem muito trabalho, se acham pontos ruins, muitos ruins, péssimos e sofríveis...

Volto a dizer o que eu já disse, a equipe tem um super potencial e um super futuro, maaaaaaaaaaaaaaaaas precisam lapidar muuuuuuita coisa!

Eu faria melhor??? Não tenho a menor idéia! Só sei que criticar (construtiva ou destrutivamente) é bem mais fácil e confortável, portanto não sei se um dia terei CORAGEM p/tentar... Eles tiveram...

Por fim, fica os meus parabéns por terem feito algo e o meu sincero desejo de que, em futuros projetos, corrijam os pontos citados e outros tantos que, sei que, vcs sabem quais são...

Ultreya!!

Fui!!
(E agora, pelo menos sobre esse filme, não volto mais!)
Fiquem com filme (quem quiser arriscar)






(Post originalmente publicado no blog Comentários em Série, em 18 de julho de 2007 e republicado hoje -26/julho/2012-)





Fiquem abaixo com o filme:

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Filme: The Haunted School (2007)

Não adianta, por mais que tudo indique que não é boa idéia, tudo me leve a ter certeza que vou quebrar a cara, lá vou eu, curioso, pagar p/ver mais uma nova/velha experiência em filmes de terror...
E desta vez, neste filme não foi diferente... Quebrei a cara!



SITE OFICIAL:
http://www.hauntedschoolmovie.com/

PAÍS:
Hong Kong

IDIOMA:
Cantonês

EQUIPE:
Direção - Chin Man-Kei
Produtor - Andrew Lau e Stanley Law
Co-produtor - Ellen Chang
Diretor de Criação - Chin Man Kei
Roteiros - Lui Koon Nam

ELENCO:
Tsui Tin-Yau - Goh Keung
Theresa Fu - Yat-Man
Amanda Lee - Miss Fong
Steven Cheung - Dick (Ah Dick)
Toby Leung - Ah Sze
Dennis Mak - Ben (Bun jai)
Macy Chan - Fong Fong
Don Li - Charlie
Kelly Fu - Ah Cat
Cheung Kwok Keung - Former Principal
Tse Suet - Sum
Yuen Wah - Ho



COMENTÁRIOS:
- Um filme feito com muito pouca criatividade, que aproveita, de variações, de adaptações, de cópias deslavadas, de clássicas lendas Urbanas, para TENTAR criar algo novo e, cá entre nós, se dá muito mal, conseguindo pegar as piores idéias, os piores clichês de filmes e episódios de seriados do gênero, amarra-los com barbante e esparadrapo, e jogar de qq jeito p/o espectador tentar entender e/ou assistir(o que dói mais, é ver que o filme é bem feitinho, não deve ter sido barato e tal, maaaaaaaaaaas da forma que foi feito, jogou tudo isso no lixo, verdadeiro desperdício!).

- As músicas incidentais preparatórias p/os sustos(SUSTOS!!!???), são bem bobocas e, mais atrapalham do que ajudam a criar qualquer clima...

- As cenas romanticas, causam riso, graças a seus fundos musicais de dramalhão latino...

- Os sustos, conseguem ser criados com um dos piores "timmings" que eu já vi...

Enfim, poderia tecer váááárias críticas destrutivas a este filme, mas já bastou o tempo que perdi assistindo ao mesmo, portanto paro esses comentários, dizendo que, fora pelos poucos pontos positivos (citados abaixo), eu não aconselho esse filme, nem para os(as) mais fanáticos(as)!



PONTOS POSITIVOS:(garimpados com muito custo)
- O sotaque Cantonês é divertido;
- A cena em que uma das alunas esta tendo que escrever 100x a mesma coisa, traz uma idéia, até onde eu sei, bem original (a forma que ela arruma tinta), maaaaaaaaas até isso, o diretor, com o jogo de cenas, consegue estragar tornando tudo previsível;
- A idéia de ser um dos poucos alunos do sexo masculino, em um colégio oriental feminino, é tentadora para alguem, que tem uma queda por orientais, como eu... Acho que foi por isso que resolvi assistir o filme hehehe (Jung ou Skinner explicam hehehhe);
- O elenco feminino é lindo!!

Algo mais???
Não! Até pq, acho que já forcei a barra demais p/poder achar pontos positivos, e justificar este post heheeh

Bom, fim...

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Filme: The Pet

Depois de Hostel I e II, Turistas e outras Bizarrices possivelmente reais embora eu torça para que não(sim ainda acredito em Papai Noel, maaaaaaaaaas não sento no colo do bom velinho não), ganhamos o estranho, e baseado em fatos reias (será mesmo??), "The Pet"



"The Pet", é um filme estranho, cansativo em vááááários trechos, bizarro em vários outros, com uma proposta de história (que se diz baseada em fatos reais) que trataria da escravidão ainda presente no cenário mundial e, que a princípio cria curiosidade (qdo se lê o resumo do filme), mas que logo nas primeiras cenas fica-se com vontade de ir avançando p/ver se o filme vai pegar no tranco ou não...

Quem o "criou" deve achar que fez uma obra crítica, inquisitiva, incômoda, que pretensiosamente viria a mexer com as platéias e levantar multidões adormecidas frente a problemas latentes da sociedade(as frases de efeito - coloquei dois exemplos abaixo- do começo e no fim, deixam esse desejo pseudo intelectualóide no ar...), maaaaaaaaaas se eu estiver certo e o desejo for este mesmo, o tiro saiu pela culatra, pois tudo no filme é estranho, cansativo, estranho, meio confuso, chatinho e forçado até, estranho e bastante bizarro...

Muito pouca coisa se salva e, uma das coisas que eu sinceramente ainda não sei se salvo ou deixo afundar com o resto do filme, é justamente os letreiros finais que, além de representar o fim do filme (ufa!!!), estão representando também, o último suspiro dos criadores pseudo intelectualoides desejosos de acordar multidões adormecidas, fazendo com que conheçamos uma lista (sem fonte de referências) de países e suas respectivas relações com escravidão mundial atual (segue a lista abaixo e por aqui, termino de falar desse filme não aconselhável e estranho!)

"UM ESTILO DE VIDA SEM RESPONSABILIDADE OU CUIDADO... NOS INTRIGA."

"A ESCOLHA DE DESISTIR DE SE IMPORTAR... NOS ESCRAVIZA."


AFEGANISTÃO: UM PAÍS DE ORIGEM E TRÂNSITO DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES E CRIANÇAS PARA EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRABALHO.
ALBÂNIA: PAÍS DE TRÂNSITO, MOÇAS E MENINAS, EXPLORAÇÃO SEXUAL NA ITÁLIA E GRÉCIA.
ANGOLA: PAÍS DE ORIGEM PARA O SUL DA ÁFRICA E GRÉCIA.
ÁUSTRIA: PRIMEIRO PAÍS DE TRÂNSITO PARA A BULGÁRIA E DEPOIS PARA A UNIÃO SOVIÉTICA.
BAHRAIN: PAÍS DE DESTINO.
BANGLADESH: PAÍS DE ORIGEM PARA ESCRAVIDÃO DOMÉSTICA E TRABALHO FORÇADO.
BÉLGICA: PAÍS DE DESTINO.
BÓSNIA: PAÍS DE DESTINO.
BRASIL: TRÁFICO INTERNACIONAL.
CAMBOJA: PAÍS DE ORIGEM.
CANADÁ: DESTINO E TRÂNSITO PARA OS EUA.
COLÔMBIA: TRABALHO FORÇADO, COMÉRCIO DE DROGAS.
ETIÓPIA: PAÍS DE ORIGEM DE ESCRAVIDÃO DOMÉSTICA.
ALEMANHA: PRINCIPALMENTE UM PAÍS DE DESTINO.
HUNGRIA: PAÍS DE TRÂNSITO.
ÍNDIA: PAÍS DE ORIGEM.
ITÁLIA: PAÍS DE DESTINO.
JAPÃO: PAÍS DE DESTINO.
MÉXICO: FONTE, TRÂNSITO E VENDAS.
ARÁBIA SAUDITA: PAÍS DE DESTINO.
REINO UNIDO: PAÍS DE DESTINO PARA ESCRAVIDÃO E PROSTITUIÇÃO.
ESTADOS UNIDOS: PAÍS DE ORIGEM, TRÂNSITO E DESTINO.


domingo, 3 de junho de 2007

Filme: Hostel II

Horas atras, falando com o Hélio no msn e dizendo que viria aqui comentar HII, usei os seguintes termos: "Tenho que fazer o trabalho sujo, pois comentei o primeiro..." Pois bem, estava totalmente enganado!! O filme é quase ótimo!!!


Bom, antes de mais nada devo convidar vc, é, vc mesmo que está lendo este texto, a visitar o site oficial do filme, só o site já embrulha o estomago, além de mexer com o psicológico de forma absurdamente interessante... Dito isso, já aviso(p/quem ainda não sacou) que não vou colocar elenco, direção e bla bla bla, pois tem tudo lá no site oficial(que merece ser visitado e esmiuçado).

Feito tal convite, venho fazer mais convites, hoje estou convidativo... Primeiro (ou seria segundo?) convido a visitarem aqui no blog mesmo, o comentário do primeiro filme, em seguida(melhor que segundo ou terceiro) convido a visitar o tópico avisando que esse filme viria por fim, bem alegre e feliz, volte aqui p/ler meus comentários sobre esse novo velho novo fime...

Hostel II... O que dizer de Hostel II? Olhando o tópico antigo/aviso/desse filme, vcs deverão ter visto que Eli Roth pretendia mostrar que existe uma cadeia de lugares parecidos pelo mundo e que uma grande organização está por trás desses estabelecimentos de tortura (Ele conseguiu, de forma sutil e perturbadora, ele realmente conseguiu!!), ele dizia que a história seguiria exatamento do momento em que o anterior terminou, com o sobrevivente no interior do trem (Ele também fez isso, alias a jogada que ele criou p/fazer isso e ligar todos os pontos, foi GENIAL, caí feito um pato!!), e além desses pontos ele prometia um filme mais sombrio que o primeiro...

Sigo dessa última promessa para, inicialmente, dizer que ele também conseguiu isso, e mais, ele fez um filme que é sombrio, nem tanto pelo sangue e tal, maaaaaaaaas principalmente pela possibilidade muito bem retratada de tudo aquilo existir!!!

Tempos atras (muito tempo alias) eu estava vendo uma palestra do genial Zé do Caixão (sim, eu fiz isso) e, nela, Tio Mojica dizia que sangue e monstros americanos do tipo Jason, Fred e tal, não são terror de verdade, não aterrorizam de verdade, são mais fogos de artificio, fru fru, do que terror de verdade, o Mestre ensinava que se o desejo é aterrorizar, basta usar bem a realidade, usar elementos, perversidades do dia dia normal, e ao que tudo indica Eli Roth deve pensar igual ou então (e eu não duvido, pois o Tio Mojica é cultuado no exterior) assistiu/ouviu o mesmo, pois Hostel II, incomoda de verdade, faz vc realmente acreditar que aquilo é possível, que aquilo existe e, de certa forma, pelo menos p/mim, me deixou com receio de brincar lá no site oficial...

Vários pontos, várias cenas, jogos de cenas, partes do roteiro, fotografia, análises psicológicas, poderiam ser citadas aqui e fariam o tópico enorme, porém tais textos e comentários estragariam a experiência de vcs, portanto vou parando aqui... (mesmo sabendo que certas pessoas não venham a gostar desse tópico, como idolatravam o do primeiro filme, justamente por este meu silêncio frente a estes pontos, maaaaaaaas...) Termino realmente aconselhando que (quem gosta do, e/ou aguenta, o gênero) ASSISTAM!! E, após assistir, REFLITAM!!

Ah! Eu continuo sem coragem de contrariar crianças do Leste Europeu!!
MEEEEEEEEEEEEEEEEDO!!!!

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Filme: Plane Dead

Sim, sim, faz um tempinho que não apareço por aqui, mas também, está tão dificil de achar uma série nova p/comentar aqui, tenho ficado mais lá na comunidade, com o novo ano de The Shield e com a ainda tosca, Blood Ties, assim que eu achar algo novo que (para mim) preste... Volto!



Enquanto não acho uma série nova p/comentar, resolvi passar por aqui, não uma série, mas sim um estilo que, quem acompanha o blog sabe que, eu gosto muito... Estou falando dos filmes de zumbis e/ou mortos vivos.

Enquanto não chega o novo filme do Romero, enquanto não chega o novo remake de um dos filmes do Romero e enquanto não finalizam os filmes independentes nacionais que me trazem curiosidade, sempre que posso, estou fuçando e buscando novas experiências feitas nesse gênero...

A última foi "Plane Dead "http://www.planedeadthemovie.com/
que de tão tosco, nem me anima a colocar elenco, detalhes técnicos e bla bla bla, quem estiver realmente curioso(a), visite o site oficial, para tais dados (ou clique na imagem acima, para vê-la ampliada, e com isso poder ler a respeito)

P: Mas por que vc veio comentar um filme tão ruim, tio Ribas?
R: Porque embora seja um lixo, com MVs rápidos e super fortes (eu odeio esses tipos), possui algumas curiosidades curiosas como o enorme elenco de coadjuvantes tradicionais, a cena do tiro varando uma das aeromoças (eu já falei que tenho um certo fetiche por aeromoças??), o Japones que não (literalmente) comeu ninguem, mas derrubou um Jato da aeronautica, a vovó banguela (sacada muito boa!), o lance dos mortos, por estarem mortos, sobreviverem a praticamente tudo (isso por mais sutil que possa parecer, foi muito bem trabalhado nesse filme e, não duvido que venhamos a ver um PD II) e, dentre outras coisas, a idéia central do como os MV surgiram, embora meio forçada, foi interessante... Alias, eu diria que se alguns MVs caissem em um cemitério, e esse filme fosse ao menos ambientado em décadas atras, poderia ser uma perfeita razão inicial para a saga do Tio Romero...

A quem quiser se aventurar, só digo que... Sobrevivi!

Até a próxima!!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Filme: Manderlay (ou Dogville II - )2005


Título Original: Manderlay
Gênero:Título Original: Drama
Tempo de Duração: 139 minutos
Ano de Lançamento (Dinamarca / Holanda / Inglaterra / Suécia / França / Alemanha): 2005
Site Oficial: www.manderlaythefilm.com 
Estúdio: Zentropa Entertainments / Film i Väst / Manderlay Ltd. / Edith Film Oy / Isabella Films B.V. / Memfis Film & Television / Sigmall Films Ltd. / Ognon Pictures / Pain Unlimited GmbH Filmproduktion
Direção: Lars von Trier
Roteiro: Lars von Trier
Produção: Vibeke Windelov
Fotografia: Anthony Dod Mantle
Direção de Arte: Peter Grant
Figurino: Manon Rasmussen
Edição: Bodil Kjaerhauge e Molly Marlene Stensgard

Elenco:
Bryce Dallas Howard (Grace Margaret Mulligan)
Isaach De Bankolé (Timothy)
Willem Dafoe (Pai de Grace)
Danny Glover (Wilhelm)
Michael Abiteboul (Thomas)
Lauren Bacall (Madame)
Jean-Marc Barr (Sr. Robinsson)
Virgile Bramly (Edward)
Ruben Brinkmann (Bingo)
Doña Croll (Venus)
Jeremy Davies (Niels)
Llewella Gideon (Victoria)
Giny Holder (Elisabeth)
Emmanuel Idowu (Jim)
Zeljko Ivanek (Dr. Hector)
Wendy Juel (Claire)
Udo Kier (Sr. Kirspe)
Rik Launspach (Stanley Mays)
Suzette Llewellyn (Flora)
Charles Maquignon (Bruno)
Chloë Sevigny (Philomena)
Mona Hammond (Wilma - velha)
John Hurt (Narrador - voz)

Sinopse:(retirada da net)
Após deixarem para trás a cidade de Dogville, Grace (Bryce Dallas Howard) e o pai (Willem Dafoe) acabam por acaso nos portões da fazenda de Manderlay, no sul dos Estados Unidos. Lá Grace descobre uma estrutura escravagista em pleno funcionamento, apesar de estarmos em 1933, quando já fora abolida a escravatura. Ela se envolve então nas relações entre os empregados negros e seus patrões, apenas para descobrir que os laços que regem estas relações são bem mais complexos do que ela pensava.

Comentários:
Chega a ser irritante esse culto pseudo intelectualóide à pessoas... Já dizia um sábio de plantão qualquer: "Quanto mais nos aproximamos de grandes homens, mais podemos ver que ele são apenas...homens"

Pois bem, posso até mudar de idéia um dia, mas até esse dia chegar, na minha visão, Lars Von Trier não passa de um espertalhão que descobriu uma fórmula de filmar peças de teatro com baixo custo, e lotar o roteiro com lacunas para os fãs começarem a pirar em cima... Alias, essa regra é meio que seguida em outras paragens (série lost, por exemplo)...

Achei um filminho bem mediocre, que de bom apenas tem o fato de não repetir aquela primeira hora sonorífera de Dogville (este é mais curto, ainda bem) e também tem de bom a escolha final das cenas impactantes sobre o racismo (aquela cena do casal de crianças negras abraçadas com bonecas loiras é maravilhosa e mostra muito bem a exclusão da época...- Da época??!!?? -)...

Qto aos pontos ruins, de todos, o pior p/mim, foi fazer dogville parecer um filme bom...

Sem mais (por ora), que venha o que vier, que se inicie o debate...(ou não) 



domingo, 21 de janeiro de 2007

Filme: Catch a Fire

Depois de algumas tentativas frustradas, finalmente consegui um filme interessante, já aviso que não é nenhum primor de filme, tem lá seus defeitos, maaaaas é uma história honesta, baseada em fatos reais, fatos esses de que o protagonista esta vivo p/contar a história, e história essa, que é mais uma das várias histórias contadas pelo cinema sobre o monstruoso regime do Apartheid!

De todos os problemas mundiais "semelhantes", as várias ditaduras das américas(do sul e central) os, ainda hoje, problemas sofridos no restante da Africa, o fascismo, comunismo, até o nazismo do adolfinho (vide foto)

Acho que me sinto bem em dizer que, nada, nenhum desses problemas, me causa mais nojo, mais repulsa, me dá mais vontade de sair chutando todo e qualquer defensor dessas idéias, do que o Apartheid e outros regimes que pregavam ou (infelizmente) ainda pregam esses ideais.

Tá bom, tá bom, em todos os outros "pesadelos mundiais" ocorreram muitos sofrimentos, muita gente morreu, muita gente sumiu, muita gente sofreu com torturas e outras barbaridades, maaaaaaaaaaaaaaaaaaas (não querendo dar razão, apenas explicando o porque da minha graduação em mais ou menos chocantes), em nenhum desses outros pesadelos, a desculpa p/a barbarie vinha apenas do fato da cor da pele, nos outros, em sua maioria, tinham questões, políticas, comerciais, credo religioso, ideológicas e bla bla bla, maaaaaaaaaaaaaaaaas instituir o inferno apenas por causa de uma cor, isso me irrita muito!!!!!!!!!

Bom, deixemos a revolta de lado e vamos direto ao filme:


Site oficial: http://www.catchafiremovie.com/
Direção: Phillip Noyce
Produção: Tim Bevan, Eric Fellner, Anthony Minghella, Robyn Slovo
Fotografia: Ron Fortunato, Garry Phillips
Trilha Sonora: Philip Miller
Elenco:
Tim Robbins .... Nic Vos
Derek Luke .... Patrick Chamusso
Bonnie Mbuli .... Precious Chamusso (as Bonnie Henna)
Mncedisi Shabangu .... Zuko September
Tumisho Masha .... Obadi (as Tumisho K. Masha)
Sithembiso Khumalo .... Sixpence
Terry Pheto .... Miriam
Michele Burgers .... Anna Vos
Mpho Lovinga .... Johnny Piliso
Mxo .... Pete My Baby
Jessica Anstey .... Katie Vos
Charlotte Savage .... Marie Vos
Nomhlé Nkyonyeni .... Mama Dorothy
Michael Mabizela .... Shaven Head Bomber
Eduan van Jaarsveldt .... Special Branch Sergeant
Robert Hobbs .... Special Branch Lieutenant
Onthatile Ramasodi .... Lindiwe Chamusso
Ziizi Mahlati .... Albertina Chamusso
Malcolm Purkey .... Joe Slovo
Robyn Slovo .... Ruth First
Bubu Mazibuko .... Betsy
Harriet Lenabe .... ANC Swaziland Operative
Susan Danford .... White Madam
Justin Shaw .... Young Roadblock Policeman
Anthony Bishop .... Roadblock Police Commander
Marius Weyers .... Police Brigadier
Richard Nwamba .... Mozambican Soldier
Vanessa Cooke .... Widow at Mine Shaft
Martin Le Maitre .... Border Official
Carel Trichardt .... South African Minister
Brandon Auret .... Army Commandant
Sibusiso Mhlangu .... Passport Photographer
Lennox Mathabathe .... Angola Military Instructor
Kgosi Mongake .... Soccer Captain
Eckard Rabe .... Secunda Security Chief
Dan Robbertse .... Secunda Security Guard
Ian Roussouw .... Torture Policeman
Anrich Herbst .... Torture Policeman
Jet Novuka .... Black Security Branch Policeman
Waldemar Schultz .... Secunda Instructor
Mathoto Matsetela .... Pretty Girl at Phone Booth
Jabulani Ngwenya .... Soccer Boy
Kgaugelo Mpharala .... Soccer Player
David Tomahole .... Mozambican Corporal
Mantele Khomane .... Dancer at Wedding
Khutjo Mmola .... Female Railway Bomber
Dexter Nwanya .... Male Railway Bomber
Kholosa Tshandana .... Female Cadre with AK47
Mpho Osei Tutu .... Shanghai
Makgano Mamabolo .... ANC Woman Typist
Jonathan Pienaar .... Mechanic in Swaziland
Grant Swanby .... Roadblock Policeman
Thabo Bopape .... Security Branch Policeman
Erno Van Dyk .... Security Branch Policeman
Dirk Vermulen .... Security Branch Policeman
Johan Van der Merwe .... Security Branch Policeman
Bongani Manok .... Security Branch Policeman
Mahlubi Kraai .... Security Branch Policeman
Neels Clasen .... Blonde Policeman
Onalenna Mokoboto .... Patrick's Son
Patrick Chamusso .... Himself
Thandiswa .... ANC Funeral Singer
Zamajobe Sithole .... Wedding Singer
Fiorha Ntshauba .... Backup Vocals
Siphokazi Maroqana .... Backup Vocals
Dolly Gaehler .... Backup Vocals
Erik Pilani .... Guitarist
Ezra Erasmus .... Pianist
Liaan Adriaan .... Drummer
Michael Phillip .... Bass Guitarist
David Mbatha .... Song Leader at Secunda Gates
Sindi Nontshinya .... Additonal Song Leader
Mirriam Doshane .... Additonal Song Leader
Bongani Maseko .... Freedom Singer
Zola .... Freedom Singer (as Bongani Dlamini)
James Zuma .... Freedom Singer
Joseph Ngobeni .... Freedom Singer
Khali Phithi .... Freedom Singer
Malibongwe Yawu .... Freedom Singer
Sibongiseni Shabalala .... Freedom Singer
Thabo Magaretsa .... Freedom Singer
Veli Mavuso .... Freedom Singer
Vusi Simelane .... Freedom Singer
Zakhele Mabaso .... Freedom Singer

Sinopse (Retirada do site "cinema com rapadura"):
"Catch a Fire" é uma poderosa história dos heróis sul-africanos em busca da liberdade, dirigido por Phillip Noyce ("O Colecionador de Ossos"). O suspense enquadrado na temática política se passa nos difíceis momentos separatistas no início da década de 80 e nos tempos atuais da África do Sul. Patrick Chamusso, interpretado por Derek Luke, realmente existiu. Ele é um amável e dedicado marido para com sua esposa Precious (interpretada por Bonnie Henna), e um pai zeloso para com suas duas filhas. Ele trabalha como capataz para a refinaria de óleo Secunda, cuja é o símbolo da auto-suficiência da África do Sul quando na época em que o mundo protestava contra a opressividade do sistema de "apartheid" (esta é uma palavra da língua africana que significa vida separada e que foi adotada legalmente em 1948 na África do Sul para implantar um regime segundo o qual os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a viver separadamente, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos. Este regime foi abolido por Frederik de Klerk em 1990). Em seu tempo de folga, Patrick era treinador do time masculino de futebol formado por crianças. Meio que pisando em ovos em um sistema imposto aos negros pelo "apartheid", Patrick era apolítico. O premiado com o Oscar , Tim Robbins interpreta Nic Vos, um coronel da polícia do país, que tenta manter a ordem em situações voláteis, que se tornaram cada vez mais presentes naqueles tempos. Os dois vivem em mundos separados até que Patrick é preso por ser suspeito de sabotagem à refinaria (fato acontecido na vida real em junho 1980). Daí começa o drama e o racismo, retratado na época, com a prisa de Precious. Quando solto, ele resolve se juntar aos ativistas fora da lei do Congresso Nacional Africano de forma a tentar mudar a situação do país.


Meus Comentários:
Comos já disse acima, é um filme honesto, com boas atuações, lances bem interessantes que me chamam a atenção desde que reparei na abertura(que eu adoro) da série "Sleeper Cell", ou seja, jogam com os estilos de vida dos diferentes personagens, enquanto na abertura da série, o jogo é feito entre os Estados Unidos e países muçulmanos, aqui no filme, as vezes menos ou as vezes de forma mais sutil, é feito esse jogo mostrando a família do Patrick Chamusso e a familia do Chefe da Unidade contra terrorismo (interpretado pelo Tim Robbins - muito bem no papel alias), a história em si, até por ser baseada em fatos reais e (ao contrárioa da maioria, que geralmente são feitas "de forma póstuma")ter o personagem principal ainda vivo, é totalmente factível e realista, some-se a isso uma direção bem feitinha, temos como resultado um filme interessante de se assistir e até de se filosofar em vários pontos, como por exemplo, na forma que o Patrick (justamente o mais calmo e contrário à revolução) acabou virando terrorista, forma essa que muitas vezes vemos, hoje em dia, nem tanto com terroristas(pelo menos no Brasil) mas sim com criminosos.
Definitivamente aconselho esse filme, principalmente para quem gosta dessa temática!
Abraços e beijos
Fui...
(mas volto sempre)






...................................(O ator e o personagem)...................................

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Filme: Dogville (2003)


Título Original: Dogville
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 177 minutos
Ano de Lançamento (França): 2003
Direção: Lars Von Trier
Roteiro: Lars Von Trier
Site oficial:http://www.dogville.dk/ 
Distribuição: Lions Gate Entertainment / California Filmes
Produção: Vibeke Windelov
Fotografia: Anthony Dod Mantle
Desenho de Produção: Peter Grant
Figurino: Manon Rasmussen
Edição: Molly Marlene Stensgard
Elenco:
>>> Nicole Kidman (Grace)
>>> Harriet Andersson (Gloria)
>>> Lauren Bacall (Ma Ginger)
>>> Jean-Marc Barr (Homem com grande chapéu)
>>> Paul Bettany (Tom Edison)
>>> Blair Brown (Sra. Henson)
>>> James Caan (Homem grande)
>>> Patricia Clarkson (Vera)
>>> Jeremy Davies (Bill Henson)
>>> Ben Gazzara (Jack McKay)
>>> Philip Baker Hall (Tom Edison Sr.)
>>> Siobhan Fallon (Martha)
>>> John Hurt (Narrador - voz)
>>> Udo Kier (Homem de casaco)
>>> Chloë Sevigny (Liz Henson)
>>> Stellan Skarsgard (Chuck)
>>> Miles Purinton (Jason)

Enredo:

O filme é dividido em 10 partes - cada uma com créditos e uma introdução narrada -, sendo 1 prólogo e 9 capítulos. A trama acontece em um único local, uma cidade pequena dos Estados Unidos chamada "Dogville", situada no fim de uma estrada que vai até as Montanhas Rochosas, na época da grande depressão estadunidense.

O filme começa com uma tomada de cima pra baixo, onde pode-se ver o desenho da cidade (com as marcações dos espaços das casas desenhados no chão). Essas tomadas perpendiculares repetir-se-ão em diversas cenas, sendo marcos importantes da narrativa. O narrador vai então apresentando os personagens um por um ("todos têm pequenos defeitos facilmente perdoáveis") e contando suas histórias.




Entre os moradores de Dogville, o personagem principal é Thomas Edson Jr., um escritor que para protelar o dia em que terá que começar a escrever seu livro se ocupa em pregar sermões à toda comunidade sobre rearmamento moral. Ele está procurando um exemplo para servir de ilustração às suas teorias e assim comprovar que os moradores não são capazes de aceitar novas situações, quando é interrompido por barulhos de tiros a distância.

Nesse momento entra Grace, uma bela jovem com um vestido que denota sua origem de família rica. Ela diz a Tom que está fugindo de um gângster e Tom, percebendo nela o exemplo perfeito para sua palestra, lhe dá cobertura.

Os moradores de Dogville a princípio recusam-se a aceitá-la, e Tom propõe que dêem a Grace um prazo de duas semanas, para então decidirem sua sorte. Grace, em compensação, deve ajudá-los em tarefas cotidianas. Apesar de não admitirem, eles jamais dão coisa alguma, não há generosidade ou aceitação: há um sistema de trocas e é esse sistema de compensações (o quid pro quó) que, aliado à personalidade de perdoar de Grace (seu altruísmo) anuncia a tragédia.

Os moradores relutam até mesmo em aceitar a ajuda de Grace, mas acabam aceitando e Grace rapidamente começa a passar seus dias ocupada em fazer pequenas coisas que "não são necessárias", mas que os moradores "generosamente permitem" que ela faça. E assim passam-se as semanas, os moradores aceitam que Grace fique na vila, como mais um favor que ela ficará devendo a eles.

Tom confessa a Grace que gosta dela e é correspondido, mas ele não assume publicamente seu amor perante Dogville, mantendo o romance deles secreto e mantendo Grace na condição de estrangeira.

A aparente tranquilidade da situação começa a mudar no dia da Independência, quando a cidadezinha recebe a visita da polícia, que afixa um cartaz onde Grace é apontada como procurada.

Os moradores de Dogville consideram ainda maior a dívida de Grace com eles, fazendo cada vez mais exigências, que diante da permissividade e comportamento passivo de Grace, rapidamente transformam-se em abusos. Uma cena forte do filme é quando Chuck a estupra, como "pagamento" para que ele não a denunciasse às autoridades. Aqui a função do cenário vazio é clara: a ausência de paredes dá a nítida percepção de que todos sabem o que se passa mas fingem não ver.

A comunicação também não parece ser possível para os moradores de Dogville. O que eles falam passa longe de significar o que realmente querem dizer. Quando questionados são evasivos, mudam de assunto ou simplesmente respondem outra coisa. Chuck fala de colheita de maçãs quando está querendo abusar sexualmente de Grace, e Ma Ginger reprime-a quando ela passa entre os arbustos, com argumentos que simplesmente não correspondem àquilo que ela diz.




Desse ponto em diante a constante dívida de Grace com a comunidade só cresce e ela torna-se uma escrava não só de trabalho físico como sexual. Em pouco tempo a tratam como uma vaca, que puxa um arado, onde os caipiras se aliviam. Somente Tom, sem capacidade de tomar qualquer atitude, não a viola. E é após ela o rejeitar, que ele decide dar um basta nessa pequena metáfora ilustrativa que ela representa, chamando o gângster que a procurava.

Nesse momento revela-se que Grace não está sendo ameaçada por eles, mas é a filha do chefe maior. Não há surpresa no final: desde que Grace entra no carro o diretor vai preparando a platéia com a idéia de que haverá um massacre. E sem dúvida, não fosse este final apoteótico, o filme terminaria morno, indigesto, como se todos estivessem com algo na garganta. O final catártico faz com que Dogville apresente uma estrutura narrativa herdeira das tragédias gregas, onde a platéia era levada a uma situação de tensão insuportável e liberava a adrenalina contida no final trágico.

(Enredo retirado na integra do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dogville )




Comentários:

Ok! Vamos lá!
Sinceramente nunca pensei que voltaria a tentar assistir esse filme, porém dia desses após comentar a respeito do filme "Uma Noite no Museu"(olhem o tópico) e por tabela comentar de dogville, "recebi" o seguinte post do Guilherme (membro da comunidade):

"Olha, nao assisti a uma noite no museu, mas precisei vir falar com o Ribas sobre o Dogvile hehehehe! Ribas, se voce ler o meu profile vai ver que ele é o meu filme preferido, simplesmente sensacional! O filme tem 3 horas de duração, e a sua primeira hora é muito cansativa, neste ponto eu concordo,. Mas as suas ultimas duas horas são simplesmente inacreditáveis! A cena do estupro é brilhante... De mais uma  chance e se puder assista ao making off que mostra a loucura que é trabalhar com um diretor surtado como o Lars Von Trier! Ah, e de quebra o filme tem uma  continuação chamada Manderlay e vai se tornar uma trilogia com o filme Washington em 2007 ou 8!"

Pois bem, diante desse post emocionado, eu, fã de cinema, resolvi dar mais uma chance a este "filme", e pela quarta vez tentei assistir, maaaaaaaaaaas dessa vez, fui esperto, começei assistir do minuto 70 em diante!!

Assumo aqui que "nos 60 minutos iniciais" fiquei xingando o filme e só não lutei contra o sono, porque acordei bem tarde hoje, porém realmente os minutos finais são interessantes e adorei o final, principalmente pq queria que o final fosse no começo, assim não teríamos aquele povoado e por tabela, não teríamos o filme ehehehe

Sei que talvez o Guilherme e a legião de fãs que esse filme possui, talvez queiram me matar, maaaaaaaaaaaas vou dizer, afirmar e confirmar, agora que finalmente (depois de 3 outras tentativas frustradas) consegui chegar ao fim desse filme, posso dizr de boca cheia (estou mal educado hoje)
FILME CHAAAAAAAAAAAAAATO !!!!!! 

Vejam bem, não é um filme ruim, eu diria até que ele é bem interessante e, se vc se permitir viajar p/dentro dele e do que "talvez"ele queira passar, ele se torna um filme muitissimo interessante, maaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas ELE É MUITO CHAAAAAAAAAATO!!!!

Em 90 minutos, um bom diretor teria contado a mesma história, causado os mesmos bons efeitos e dado o mesmo passaporte para viagens intelectuais, sem a contrapartida, de ter o filme comentado e rotulado por todos os fãs, como um "filme que tem um final maravilhoso", e/ou comentado e rotulado pelos não fãs, como um filme bom p/ser assistido em noites de insônia...

Quem quiser ver esse filme (por incrivel que pareça, agora que consegui acabar de ver, eu diria que até vale a pena, nem que seja só p/conhecê-lo) aconselho o seguinte, assistir os 30 minutos iniciais, saltar p/o minuto 70, assistir mais uns 20, pular 20 e então ir até o final(realmente interessante).

De resto, conto-lhes que assistirei a "continuação" de 2005, intitulada, "Manderlay" e o futuro fecho da trilogia, qdo estiver pronto... (Agradeço realmente ao Guilherme pela dica, a qual nem imaginava...)

Por fim, p/quem viajou ou viajará intelectualmente nesse filme, aconselho a leitura do trabalho, publicado na "revista espaço acadêmico" (de número 38, datada de Julho de 2004), do (atualmente, possivelmente já) Doutor em História Social ALEXANDRE BUSKO VALIM que, passo a postar abaixo na integra:







O dogmatismo de Dogville
Um dos primeiros signatários do manifesto denominado “Dogma 95” surgido em Copenhague em 1995, foi Lars Von Trier. O manifesto procurava contrariar algumas tendências do “cinema comercial” e recuperar um cinema que consideravam estar morto. O Dogma 95 opunha-se ao conceito de autor, de cinema individual e efeitos especiais. Segundo tal manifesto “A tarefa ‘suprema’ dos realizadores decadentes é enganar a audiência. É disso que estão tão orgulhosos? Foi isso que ‘100 anos’ nos deram? Ilusões a partir das quais as emoções podem ser comunicadas? (...) Uma ilusão da dor e uma ilusão do amor”. Se observarmos as regras do “voto de castidade" [1] contido no manifesto assinado por Von Trier, veremos que Dogville não pode ser considerado como uma produção tardia do Dogma 95. No entanto, o radicalismo formal e de conteúdo em Dogville lembra, ao menos, as ousadas experiências feitas pelo movimento dinamarquês.

Dogville é uma pequena cidade, com pouco mais de uma dezena de residentes, situada em algum lugar entre as montanhas do meio-oeste estadunidense. A história se passa durante a Grande Recessão Americana na década de 1930 e gira em torno de Grace (Nicole Kidman), uma jovem que, fugindo de perigosos gangsteres, acaba encontrando refúgio em Dogville. Encantado com a moça, o introspectivo Tom (Paul Bettany) propõe que a cidade ofereça abrigo a Grace que, em troca, faria pequenos serviços para seus moradores. Aos poucos, porém, os aparentemente amáveis habitantes de Dogville, ao descobrirem que ela está sendo procurada pela polícia, vão exibindo um lado sombrio e passam a explorar a garota, a impedindo de abandonar o lugar.

Von Trier criou um espaço cinematográfico simples e despojado incorporando elementos teatrais e literários; utilizando vários elementos do teatro de Bertolt Brecht. Minimalista, o diretor utilizou alguns objetos de cena mas nenhum cenário; apenas linhas pintadas no chão demarcando duas ou três ruas e algumas casas. 
O cenário invisível (sem paredes, janelas ou portas) permite que o espectador veja os coadjuvantes em seus afazeres longe do foco principal da ação. Além de servir como metáfora do filme, não desviando a atenção do espectador para nada além da narrativa, o artifício ressalta a dramaticidade através da encenação. Desse modo, Von Trier consegue estender a profundidade de campo e sublinhar as conseqüências de cada ação individual em relação à comunidade como, por exemplo, nas seqüências em que Grace é estuprada.

Ao abdicar dos cenários e dos adereços, o diretor procurou valorizar o âmago de cada personagem para que o espectador, despojado do “supérfluo” e do “superficial”, pudesse olhar apenas para o que verdadeiramente interessa em seu filme: a desumanidade que “emana” da humanidade.

Embora o filme seja composto por um prólogo, que apresenta os personagens, e nove capítulos, sua argumentação pode ser divida em três partes: 1 - Grace é aceita na cidade ao se tornar útil a cada um dos moradores - oferecendo sua companhia a um homem cego que não admite a cegueira (Ben Gazzara), colhendo maçãs para um sitiante (Stellan Skaarsgard) ou cuidando do pomar de Ma Ginger (Lauren Bacall). 2 - Quando a polícia e os gangsteres intensificam a procura por Grace e os moradores tornam-se cruéis. 3 – O desfecho da trama, com uma mudança de atitude de Grace.

Dentre as leituras possíveis de Dogville, a que trata o filme como uma parábola moral me parece ser a mais interessante. Nessa perspectiva, Dogville é uma “novela exemplar” sobre o comportamento humano, a vida em comunidade e a tensão que se estabelece entre a escolha individual e a norma coletiva.  

Na segunda parte do filme, de maneira completamente oposta à primeira impressão que Grace tem quando conhece os residentes da pequena cidade, os moradores revelam a sua vilania, representada através de pecados da natureza humana como: a vaidade (Chloe Sevigny), o orgulho (Ben Gazarra), a ira (Patrícia Clarkson), a luxúria (Jean-Marc Barr), a avareza (Lauren Bacall) e a inveja (Stellan Skarsgard). Desse modo, por trás do gesto de tolerância e compreensão coletiva, só haveria torpes interesses individuais.

Em algumas seqüências existem motivos que estão relacionados a uma crítica do diretor à sociedade estadunidense como, por exemplo, no escritor pragmático que tenta transformar o vilarejo em um laboratório para testar suas teorias moralistas e obter material para um “grande livro”; o hábito de discutir as questões da comunidade em assembléias paroquiais – uma atividade coletiva, mas que no filme é uma máscara que esconde um individualismo conservador e possessivo, além do ódio ao forasteiro; quando Grace ensina o estoicismo aos filhos de Vera (Patricia Clarkson) lhes mostrando como suportar a pobreza e as frustrações sem revoltas. Entretanto, apesar destes pontos, talvez o filme seja mais uma crítica à sociedade de classes do que à sociedade estadunidense.

De maneira bastante moralista o filme afirma repetidamente, e de forma agressiva, que todos somos responsáveis pelos nossos atos, e se temos problemas é porque não fazemos o suficiente para resolvê-los. Assim, nossa ignorância e ausência de um verdadeiro interesse pelo coletivo, ilustrado em várias passagens, é a alavanca que causa dor e sofrimento a nós mesmos; como, por exemplo, na seqüência em que um morador é reprimido verbalmente pelos outros dentro da igreja, ao lembrar que eles nunca se ajudam. 
Após 8 kafkianas e angustiantes partes, Grace [2] se encontra com o pai gangster (James Caan) dentro do carro e iniciam uma conversa sobre o destino de Dogville. O gangster, na perspectiva que apontamos anteriormente, é um Deus severo e vingativo assim como no Antigo Testamento. Nesse momento, ela e o pai dialogam sobre a soberbia: Ela quer o perdão para os habitantes da cidade, como se dissesse "eles não sabem o que fazem". Deus a acusa de soberbia por fazer a concessão de perdoar quem lhe é inferior e lhe impingiu tanto sofrimento. Grace diz que o pai é soberbo devido à sua vontade de vingança e pede poder, que lhe é concedido, para salvar Dogville. Entretanto, ao sair do carro, e ouvir Tom "o intelectual" dizer que escreveria sobre o que se passou, que aquilo seria passível de análise, ela se desilude com a humanidade e purga Dogville com o aniquilamento – houve aplausos entusiásticos na sessão em que eu o assisti.

Uma leitura possível do personagem Tom é que ele representa tão somente a parte da sociedade intelectualizada que, no filme, sempre repete as mesmas coisas, confunde os outros com seus discursos vagos; mente para dar coerência às suas teorias e tem medo de uma inserção mais incisiva nos problemas sociais; os exemplos estão presentes em várias seqüências, como por exemplo, quando ela é estuprada próximo dele. A esperança que Grace tinha na humanidade se perde quando os que realmente poderiam fazer algo, o titubeante Tom, não fazem e reafirmam sua hesitação e passividade; uma crítica ao papel dos intelectuais como operadores sociais, que reforça a opinião do diretor: a humanidade não tem salvação.  

A mensagem na seqüência final, quando Grace ouve os latidos do cachorro chamado “Moisés”, é que o animal tinha um motivo para não gostar dela, afinal ela havia roubado seu osso. Ela permite que o cachorro fique vivo pois nele há algo que não havia nos habitantes de Dogville, o que era? Nesse momento, o narrador em off diz: "será que alguém terá coragem de perguntar? e se isso for feito, será que alguém terá coragem de responder?". A resposta soa um tanto quanto óbvia e reafirma Grace como uma mártir destinada a limpar tais impurezas como um Cristo redivivo e altivo; No entanto, no encontro imaginado por Lars Von Trier ante a desumanidade de Dogville, a divina Grace, sem nenhum desejo de conceder o perdão, desencadeia o “Dia do Juízo Final”.

As quase três horas de filme terminam com fotografias tiradas nos EUA na década de 1930 e com um fundo musical de "Young Americans", de David Bowie, reafirmando a crítica do diretor à política estadunidense. Juntamente com Dogville, foi produzido um documentário com os relatos – em forma de confessionário – dos participantes do filme, intitulado “Dogville Confessions”. Dogville será o primeiro de uma trilogia centrada nos Estados Unidos e chamada USA: The land of opportunities. O segundo filme, que começa a ser rodado em março de 2004, chama-se Manderlay - sobre a escravidão no sul dos Estados Unidos - e o terceiro Wasington.

Em Dogville, Lars von Trier apresenta uma percepção pessimista da humanidade, onde impera o cinismo, a hipocrisia, a chantagem, a vingança, a mentira, e uma visão dogmática que, além de rejeitar qualquer alternativa, simplifica e naturaliza a maldade. 
(FIM)


x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
x-x-x-x-x

É isso aí, prometi que ia tentar de novo, tentei e consegui, é um filme bastante interessante, maaaaaaaaaaas muito CHAAAAAAATO!!!

Beijos e abraços!
Fui!